Thursday, March 27, 2008

Corpo de Cristal


Bailarina
Lançada no espaço
Não morrerá
Continuará assim,
Vagueando
Nem na vida, nem na morte.
Bailarina
Corpo de cristal
Foi quebrada
Estilhaçada
E dos cacos dos seus olhos
Surgiam lágrimas
Puras como violetas
Possuindo a sua alma
Transbordando
De néctar purpúreo .
E ela dançava bebendo as violetas
Embriagando-se na sua paixão.
Dançava
À beira de vulcões
Acesos no seu corpo
E rodopiava
Sobre nenúfares
Pousados
Nos lagos
Dos seus olhos.
Agora é de noite
E a bailarina
Que não vive nem morre
Nunca esteve nua.
Era uma figura do sonho, uma recordação.
O seu corpo era uma nuvem
Dessas que ficam esquecidas depois da tempestade.
Agora ficará à deriva
Como um candeeiro que se acende na escuridão
E acender-se dentro do mais escuro
Para dele fazer um coração.
É por isso que a bailarina entra no labirinto e sai
Porque ao dançar
Acende uma luz
Que ilumina a escuridão.

1 comment:

Anonymous said...

Gee.... Até parece que isto tem qualquer toque de "bom" loool